Todas as informações para composição do texto foram retiradas do livro “A Era dos Assassinos – A nova KGB e o fenômeno Vladimir Putin”, Editora Record. Autores: Yuri Felshtinsky (historiador e um dos autores de “A explosão da Rússia”) e Vladimir Pribilovski (historiador e jornalista). O livro é proibido na Rússia.
Vamos voltar um pouco ao passado para podermos descobrir como foi escolhida a cidade de Sochi, que sediará os jogos de 2014. Em janeiro de 1996, Putin entra para o conselho do Klub-2004, uma associação de indústrias e empresários de São Petersburgo fundada para promover a cidade de São Petersburgo como candidata a sede das olimpíadas de 2004. Mesmo com a derrota, Putin não desistiu da ideia de fazer da Rússia a sede para os jogos olímpicos. Por isso, tentou, desta vez, fazer esse país sede dos jogos olímpicos de inverno. O destino dos jogadores seria a cidade de Sochi, local favorito de esqui de Vladimir Putin.
Vale salientar que no inverno, grande parte da Rússia fica completamente coberta de neve, toda a parte da Sibéria e diversos picos montanhosos formam, naturalmente, locais maravilhosos para a realização de jogos. Centenas de lugares como esses existem em todo o território russo durante o período gélido do ano. Porém, um local extremamente inadequado para realização de jogos de inverno é justamente a cidade que sediará as olimpíadas em 2014: Sochi, localizada ao sul do Mar Negro russo, cidade tão quente quanto a Flórida. Sochi é bela, contudo, extremamente cara, por isso, é mais lucrativo investir nela do que em qualquer outra cidade russa, já que sediar as olimpíadas é um “pretexto para injetar bilhões de dólares de investimentos estrangeiros e de recursos do governo russo na estância do veraneio” (p.252).
É bom salientar que todos os locais e locações de Sochi foram devidamente adquiridos (comprados mesmo) antecipadamente por organizações privadas e por pessoas controladas por Putin e pelo FSB (Serviço de Segurança Federal russo, que ficou no lugar da antiga KGB). O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu em 2007, na cidade de Guatemala, que Sochi seria a sede das Olimpíadas de Inverno 2014, vencendo na votação os seguintes países: Áustria e Coréia. Sendo que vale ressaltar que o país vencedor é sempre o que investe mais financeiramente na propaganda. A Áustria gastou 12 milhões de dólares para promover suas cidades, a Coréia gastou 21 milhões, enquanto a Rússia investiu 50 milhões de dólares na divulgação de Sochi.
“Para tirar a vitória das mãos dos rivais, o próprio Putin foi à Guatemala. Na véspera da votação decisiva do COI, Putin se reuniu pessoalmente com os membros mais influentes do COI e com seu presidente, Jacques Rogge. Putin também não negligenciou o presidente honorário do COI, Juan Antonio Samaranch, figura altamente respeitada no esporte internacional. (...) Obviamente, não se sabe sobre o que Putin e Samaranch conversaram”. (p. 253).
A verdade é que o grande interesse de Putin, que na época era presidente da Rússia, em estabelecer Sochi como sede dos jogos olímpicos de inverno, foi altamente financeiro. Não era a paixão pelo esporte que o motivava investir nessa realização, mas o desejo de conseguir cada vez mais recursos internacionais ($$$$) para seus interesses pessoais.
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