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Mitos e neuroses

Ao iniciar a leitura de Mitos e Neuroses, logo compreendemos o sentido do título da obra. O psiquiatra suíço Paul Tournier nos traz uma reflexão sobre como o homem moderno tem sofrido por reprimir sua crença natural a respeito de Deus.  No entendimento do autor, a repressão pelo que é espiritual e emocional tem adoecido a sociedade que, mesmo recusando a existência do espiritual, em seu interior não consegue negá-lo. “Ao reprimir os valores sem ter se libertado deles – porque na verdade deles nunca poderá libertar-se – o homem reprimiu o verdadeiro princípio da sua harmonia interior: o espírito” (p.41).

Paul Tournier explica logo nas primeiras páginas do livro como o homem substituiu aos poucos o termo “Deus” por qualquer outra palavra ou coisa que supostamente possa substituí-lo, como é o caso da Ciência que nega o Deus da criação, mas o substitui pelo “acaso” que criou todas as coisas. O psiquiatra expõe as contradições que existem entre os cientistas a respeito da origem de certas doenças neurológicas e psicológicas mostrando como a teoria científica tem se mostrado ineficiente sobre o assunto. Por fim, ele mostra como Cristo pode curar essa sociedade moderna mergulhada na depressão, nas incertezas e nos medos provocados por ela própria no decorrer dos séculos.

O livro é de excelente qualidade, consistência formidável e muito interessante para quem se interessa sobre apologética quanto à teoria evolucionista e sobre os motivos reais das neuroses mais comuns que acometem os seres humanos do último século. Obra muito boa, inteligente e escrita por um especialista no assunto. Leitura bastante proveitosa.

Título: Mitos e neuroses – desarmonia da vida moderna
Autor: Paul Tournier
Gênero: Vida cristã; comportamento; espiritualidade
Editora: Ultimato e ABU
Formato: 14 x 21
Páginas: 160
Preço na editora: R$ 29,30

O que disseram:
“Para o autor, o ‘espírito da época’ está doente. Isso quer dizer que os problemas emocionais do homem e da mulher modernos não são gerados apenas por suas experiências e traumas infantis. Não. É toda uma cultura que padece de uma enfermidade cuja origem está na repressão do espiritual, no abandono de suas fontes cristãs (sem, com isso, ter-se esquecido dos valores cristãos). Assim, as pessoas estão divididas: guardam no mais profundo do seu ser o anseio por uma vida mais elevada, ao mesmo tempo que se deixam arrastar pela onda de egoísmo cínico que caracteriza nossa época e que as leva a reivindicar uma liberdade quase irrestrita, mas desvinculada da correspondente responsabilidade” – Zenon Lotufo Jr. (Pastor, psicoterapeuta, coordenador do Curso de Especialização em Aconselhamento Pastoral do CPPC – Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos).

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