Os ossos de José foram enterrados na terra prometida 500 anos depois

Como neste ano de 2021 tenho a meta de ler a Bíblia completa estudando e fazendo resumo dela, é provável que não lerei nenhum outro livro até o final de setembro, como está no planejamento. Por isso, resolvi escrever algumas considerações sobre quase todos os livros bíblico que li. Não são estudos teológicos, são apenas considerações.

No final do livro de Josué é relatado que os ossos de José foram enterrados na cidade de Siquém, na parte do campo que Jacó, pai de José, havia comprado por cem peças de prata aos filhos de Hamor, como está relatado em Gênesis 33.19. Conta a história que José foi embalsamado e posto em um caixão no Egito. No entanto, antes de falecer, José fez os filhos de Israel jurarem que iriam transportar seus ossos daquela região para a terra que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e a Jacó, seu pai, conforme relato de Gênesis 50. 24, 25.

Depois da morte de José, que era governador do Egito e mui estimado pelo Faraó da época, surgiram outros Faraós, que não conheciam – ou ignoravam – a história de José e não estimavam o povo hebreu. Por 430 anos, o povo de Israel foi escravizado pelo Egito. Depois disso, Moisés surge e resgata o povo de Deus das mãos do Faraó. Moisés, sabendo da promessa que o povo de Israel fez a José, leva consigo os ossos deste (Êxodo 13.19) e segue em caminhada com o povo de Deus pelo deserto, por 40 anos.

Depois do falecimento de Moisés, Josué entra na terra prometida levando os ossos de José. Além dos 430 anos no Egito, os ossos de José ficaram mais 40 anos no deserto, mas não apenas isso. O livro de Josué relata que a terra prometida por dada por herança aos filhos de Israel muito tempo depois da conquista. Podemos ver que Calebe, filho da tribo de Judá, lembra a Josué que somente eles dois, dos espias que foram enviados por Moisés (Números 13), foram autorizados pelo Senhor a entrarem na terra prometida. Ele vai lembrar isso a Josué explicando que na época em que foi espiar a terra, ele tinha 40 anos (Josué 14.7), e que naquele dia, já dentro de Canaã, ele estava com 85 anos e pedia, naquele momento, a Josué que desse a região de Hebrom à tribo dele (Josué 14. 10-15).

Somente depois da terra ser dividida com os filhos de Israel em Canaã, Josué deu a herança às tribos de Rúben, Gade e à meia tribo de Manassés (Josué 22), estas ficaram com terras da região de Gileade, do outro lado do Jordão, e não com terras em Canaã. Siquém pertencia à tribo de Manassés, porém, do lado ocidental, então ela ficou com à meia tribo que herdou parte na terra de Canaã, a terra prometida pelo Senhor. Deus ordenou a Josué que dividisse a terra de Canaã quando ele já era idoso (Josué 13.1). Aparentemente, na época em que Calebe e Josué foram espiar a terra, eles deviam ter mais ou menos a mesma idade (Números 13; 14.6), já que foi um representante de cada tribo para aquela missão. Josué representava a tribo de Efraim, filhos de José; enquanto Calebe representava a tribo de Judá. Isso tudo me leva a crer que, além dos 430 anos de escravidão no Egito, além dos 40 anos no deserto, houve mais cerca de 45 anos de lutas em Canaã até que o “corpo” de José pudesse ser enterrado na terra prometida.

Depois de mais de 500 anos, os ossos de José puderam ser enterrados na região em que seu pai, Jacó, comprara. A região era direito de herança de José e seus descendentes. Deus devolve aos filhos de José a terra que era dele por direito adquirido, 500 anos depois. José foi listado como exemplo de fé pelo autor da carta aos Hebreus. Pela fé, José fez menção ao êxodo, antes de falecer, afirmando aos filhos de Israel que, certamente, Deus iria tirá-los do Egito e levá-los à terra prometida (Hebreus 11.22). Assim ele fez menção: ao fazer os filhos de Israel jurarem que iriam transportar seus ossos para a terra que Deus havia prometido aos seus pais.

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