Pais
e Filhos, uma das principais obras russas do século XIX,
remete-nos à Rússia daquela época. Publicado pela primeira vez em 1862, o livro
é carregado de caráter realista. A crítica ao romantismo e ao sentimentalismo é
observada principalmente pelo personagem de Bazárov. A influência do atual
sobre o antigo, o defasado, é bastante discutida ao longo deste romance,
principal obra de Ivan Turguêniev.
O niilismo ataca diretamente a aristocracia, os “bons
costumes”, a autoridade, outrora alicerces da cultura russa. A religião, a
crença em Deus, as reverências aos mais velhos e às tradições são colocadas
constantemente em debate, o que ocorre entre os personagens jovens e os mais
velhos, entre pais e filhos. A ciência como chave para o desenvolvimento, o
materialismo versus espiritualismo são com frequência discutidos e, afinal de
contas, nenhum dos pensamentos vence a discussão.
O livro é riquíssimo em filosofia. A arte de excitar o
questionamento e o incômodo no leitor é muito peculiar dos prosadores russos do
século XIX, e esta obra é um dos melhores exemplos do quanto esta
característica é forte nestes escritores. Uma história rica em detalhes, principalmente
as minúcias emocionais apresentadas por cada personagem. Extremamente
indispensável aos amantes da literatura russa.
A edição, muito bem elaborada pela CosacNaify, apresenta prefácio de Rubens Figueiredo e dois
brilhantes apêndices: uma palestra proferida em 1860 por Turguêniev a respeito
de Hamlet e Dom Quixote, e uma biografia sobre o autor escrita por Henry James,
em 1884.
Título: Pais e Filhos
Autor: Ivan Turguêniev
Gênero: Literatura russa
Editora: CosacNaify
Páginas: 368p.
Gênero: Literatura russa
Editora: CosacNaify
Páginas: 368p.
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